Governos, empresas e organizações de todo o mundo se reúnem nesta semana, em Sevilha, Espanha, para a Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento.

O objetivo é discutir como financiar o déficit de US$ 4,2 trilhões para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, estabelecidos pelas Nações Unidas há 10 anos.

A menos de meia década para o fim do prazo, os ODS estão “fora dos trilhos”, como definiu o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, na cerimônia de abertura.

A abertura também contou com a participação do rei da Espanha, Filipe VI, do presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez Pérez-Castejón, e das principais lideranças de organismos como o Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio e Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, entre outros.

Combate à fome, redução da pobreza e de outras desigualdades, ações climáticas, saúde, saneamento e energia renovável a preços acessíveis estão entre as principais necessidades de investimentos.

Com o multilateralismo em crise e cenário internacional polarizado e com conflitos armados, o desafio para a mobilização de recursos se faz ainda maior. Por isso, a FFD4 pretende ser um ponto de virada, estabelecendo novas alianças e formas de mobilização de recursos.

Nesse sentido, o evento dialoga com a COP 30, que será realizada em Belém, em novembro, e que tem entre os principais temas o financiamento para o enfrentamento da emergência climática.

A Itaipu Binacional e o Itaipu Parquetec integram a delegação brasileira no evento.

Conforme explica o diretor de Coordenação da Binacional, Carlos Carboni, além de acompanhar o debate que vai determinar os caminhos da Agenda 2030 nos próximos anos, o objetivo é compartilhar a experiência bem-sucedida da Itaipu na promoção do desenvolvimento sustentável por meio do programa Itaipu Mais que Energia, em 434 municípios do Paraná e do Mato Grosso do Sul.

“A Itaipu tem uma trajetória consolidada em desenvolvimento territorial, cooperação internacional e financiamento de soluções locais com impacto climático e social, o que contribui com muitas das metas dos ODS.

Nesse sentido, destaca-se o fomento à agroecologia, a recuperação de áreas degradadas, a estruturação para a coleta seletiva, transição energética, entre outras iniciativas que são realizadas com gestão participativa da comunidade e demais atores envolvidos”, afirmou Carboni.

Além do diretor, participam da delegação a chefe do escritório de Brasília e responsável por temas internacionais da Itaipu, Lígia Leite Soares, e o diretor-superintendente do Itaipu Parquetec, Irineu Colombo.

Segundo Lígia, a presença da Itaipu também contribui com a discussão de temas-chave da COP30, especialmente o financiamento da transição ecológica, soluções climáticas em ações locais nos territórios e valorização do Sul Global como fonte de inovação e resposta à crise.

“Para avançar na Agenda 2030, precisamos ir além do discurso. A Itaipu mostra que é possível transformar metas globais em políticas públicas locais com impacto real. O financiamento internacional precisa chegar onde as soluções já estão acontecendo, nos territórios, e fazer com que elas ganhem a escala necessária”, afirmou.

A apresentação da experiência da Itaipu será amanhã (1º) durante o evento “Inovando a cultura de financiamento para o desenvolvimento: perspectivas a partir do Sul Global para o Pacto de Futuro”, promovido pelo governo brasileiro.

O evento contará com a presença do ministro Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência; do embaixador Philip Fox, secretário de Assuntos Econômicos, Financeiros e de Serviços do Ministério das Relações Exteriores; e de outras autoridades, representantes da sociedade civil e instituições como Geledés, Banco da Amazônia, BNDES, Fundação Banco do Brasil, Gestos, Organismo Internacional da Juventude para a Iberoamérica e Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Rádio Educadora/Assessoria