Em visita à Copel, técnicos da Secretaria do Estado da Agricultura e Abastecimento conheceram os projetos de armazenamento de energia em baterias da companhia com vistas à elaboração de estudos de aplicação em escala na área rural.
A aplicação da tecnologia foi apresentada pelo diretor Comercial da Copel, Julio Omori, ao coordenador de Energias Renováveis e Conectividade Rural do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, Herlon Almeida e ao diretor do Departamento de Economia Rural, da Seab, Marcelo Garrido.
“A bateria garante o fornecimento de energia em momentos de indisponibilidade da rede, contribuindo para a estabilidade necessária a culturas que dependem de suprimento contínuo”, explica Omori.
Combinada aos inversores híbridos, a solução amplia a flexibilidade operacional, permitindo operar tanto conectada à rede quanto de forma independente.
Segundo Herlon Almeida, a ideia é que os projetos de armazenamento energético no campo sejam integrados a uma etapa futura do Programa Renova Paraná, de incentivo a produtores rurais para a geração própria de energia limpa, com a subvenção de juros de financiamentos pelo poder público, reduzindo custos aos participantes.
Um kit de equipamentos de armazenamento de energia tem custo médio de R$ 40 mil.
“Viemos conhecer os projetos para estabelecermos um horizonte de trabalho conjunto no apoio aos produtores”, disse Almeida.
“Temos hoje no Paraná 39.500 produtores que geram a própria energia. Estamos avançando no lançamento do Renova Paraná Trifásico, para dar suporte à estabilidade energética. Em uma terceira etapa, pretendemos incluir as baterias e auxiliar os interessados com a redução de custos de implantação dos equipamentos, a partir de uma parceria do Estado com a Copel”, explica o coordenador do IDR.
Demanda por energia
Segundo Herlon Almeida, produtores de proteína animal e fumicultores, setores sensíveis a quedas de energia, são o foco do Renova Paraná na modalidade baterias.
A Copel já conta com um projeto-piloto com o uso de inversores híbridos e baterias para dar suporte à fumicultura em uma propriedade na cidade de Ivaí, na região Centro-Sul.
De acordo com Julio Omori, a energia armazenada em baterias supre demandas de necessidade de cargas críticas, como por exemplo em estufas de fumicultura em que não pode haver oscilações durante o processo de secagem.
“Com o uso da bateria, o cliente pode escolher onde irá distribuir a energia armazenada em casos de interrupção do fornecimento da rede. No caso do projeto aplicado aos fumicultores, a carga é direcionada às estufas”, explica o diretor da Copel.
As baterias produzem 60 kWh que mantêm, por até dois dias, a estabilidade energética e a ativação de motores que fazem a circulação do ar quente garantindo a qualidade do fumo.
Inversores híbridos transformam a corrente contínua das baterias em corrente alternada, permitindo o funcionamento de motores e outros equipamentos.
Assim, a energia armazenada pode ser usada sempre que for necessária.
O sistema de baterias é conectado ao sistema de comunicação da Rede Elétrica Inteligente por meio dos medidores inteligentes.
O inversor híbrido conversa com o medidor e a Copel consegue acompanhar todo o desempenho do sistema remotamente.
Com o sistema de bateria dentro da rede de medidores inteligentes da Copel é possível enviar comandos à bateria, seja para parar de carregar ou desligar.
Julio Omori ressalta que os projetos de baterias podem ser aplicados a diferentes cadeias produtivas como a do peixe, para atender a aeradores e em aviários, em que a própria planta pode ser utilizada para gerar energia e ao mesmo tempo ter um backup de armazenamento, entre outros.
Rádio Educadora com inf. da Assessoria